sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Brasil sedia congresso ibero-americano

Cerca de 350 educadores de quatro continentes discutem tema considerado crucial na agenda mundial: a relevância na educação



Jael Eneas


Cerca de 350 educadores de quatro continentes discutem tema considerado crucial na agenda mundial: a relevância na educação. Ao citar o educador brasileiro Paulo Freire, que trata da “pedagogia do oprimido e da pedagogia da esperança”, a vice-presidente mundial da Igreja Adventista Ella Simmons parafraseou: “Pedagogia da Esperança é preparar pessoas para o Céu”. O evento, em sua segunda edição, acontece no UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo, Campus 3, em Hortolândia, de 27 a 29 de janeiro. 

A jornada internacional concluiu na tarde do dia 27 com John Wesley Taylor V, diretor associado mundial de educação da denominação. Ele afirmou: “Sem cosmovisão bíblica não há educação relevante”. 
Devido ao clima de diversidade cultural, palestras e conferências tiveram sabor de desafios no primeiro dia do evento. Na abertura, o reitor do UNASP, Euler Baia acentuou: “A ´ideologia de gênero´ visa desconstruir a estrutura de sociedade original proposta por Deus, o Criador, pois, Ele criou ‘macho’ e ‘fêmea’”. 
Prosseguiu, “este esforço traz implicações morais e espirituais. Em última análise, de sobrevivência da espécie humana”. Participam do evento representantes da América do Sul (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai), América do Norte (Estados Unidos e México), Europa (Portugal e Espanha) e África (Angola). 


Diálogo 
A Dra. Simmons provocou o diálogo ao discutir o documento de educação para século XXI da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Ela disse que os adventistas apoiam e concordam com os quatros pilares propostos: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, e, aprender a ser. Todavia, “vão além. Por ter cosmovisão bíblica, a educação adventista é diferente porque aponta para a direção do céu”, destacou. 
De imediato, os congressistas se posicionaram. O diretor da Rede de Educação Adventista para o Estado de São Paulo, Antonio Marcos Alves, com 75 mil alunos e 3,7 mil professores, disse “só uma filosofia com uma dimensão bíblica pode recontextualizar a educação”. Mais adiante, Simmons afirmou: “Uma educação inclusiva, ensina as pessoas a pescar, tem interesse por elas, põe foco na comunidade, assim, como Jesus fazia”. Novas reações se levantaram. 
Do Chile, o decano da faculdade de educação da Universidade Adventista do país, Patrício Matamala Montero, via o momento como “oportunidade”. Nelson Gutiérrez, diretor acadêmico da mesma universidade, considerou que a “pedagogia que segue o exemplo de Cristo, é uma necessidade premente”. E, concluiu: “Só assim é possível ser relevantes”. 

Embora a temática fosse a educação universitária, Alexander Dutra, Gerente da CPB Educacional, avaliou que o evento incluía a “educação básica, pois, ela forma o caráter da futura geração, enquanto o ensino superior forma líderes”, ponderou. Da Argentina, o diretor acadêmico da Universidade Adventista del Plata, Victor Armenteros, disse que o diálogo foi “surpreendente, fascinante e propositivo por colocar Cristo em primeiro lugar”, enfatizou. Ele coordena 2,6 mil universitários e 31 cursos de graduação. 


África 
No público, havia dois representantes do continente africano. Daniel Cuvalela Salusinga, diretor de educação da União Sudoeste de Angola e João Quintino, mesma função na Associação Sul da Angola. “Viemos como observadores”, disseram. Após historiar o período de guerras onde escolas e colégios ficaram destruídos, Salusinga disse: “queremos reconstruir o sistema de educação adventista na Angola. O povo africano clama por uma educação que restaure a imagem do Deus Criador em cada criança e jovem”, arrazoou. 
Nas oficinas, o clima de cooperação era visível. De Portugal, Franscilê Neri de Souza, docente e pesquisador da Universidade de Aveiro, suscitou interesse no grupo com a novidade do “Pedagoware”. Nas aulas sobre tecnologia no cenário presente e futuro, ele sugeriu: “onde tiver software, hardware, professor e alunos, faça com que eles pensem. Máquinas são apenas máquinas, todavia, aprender a ser gente é tudo”. Daniel Lévano, diretor acadêmico, se animou em levar a novidade para a Universidade Peruana União, em Juliaca. 


Filosofia 
Em clima de intercâmbio, Marco Goes, líder da Rede Educacional Adventista na Bahia e Sergipe, com quase 13 mil alunos e 750 professores, defendeu o diálogo como essencial. “Embora o mundo seja plural, todavia, há espaço para posicionar-se com ética, em busca de soluções”. O estudante de teologia, Elton Ohisni, 23 anos, disse que a “filosofia adventista permite olhar o diferente pelos óculos dos valores bíblicos”. 

Eder Leal, líder da Rede Educacional Adventista nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, defendeu: o “evento calibra, alerta e prepara docentes para os desafios contemporâneos”. Nestes três Estados brasileiros há 12.750 alunos e 800 professores na Rede. Para o diretor da Rede Adventista no sul do Brasil, Douglas Menslin, com 38 mil alunos e 2,2 mil professores, é a “filosofia que pontua a identidade e faz da prática realidade sentida”. 

O líder da Educação Adventista para oito países sul-americano, Edgard Luz, considerou que “somente com a orientação divina e missão no coração os desafios educacionais nesta geração serão enfrentados”. Com exceção da Venezuela e da Colômbia, na América do Sul há 300 mil alunos e 19 mil professores na Rede Adventista. 
A líder mundial de educação da denominação, Lisa Beardsley-Hardy, surpreendeu. Ela ofereceu o livro “Biologia”, inédito. A obra editada por H. Thomas Goodwin, faz uma abordagem adventista da vida. Como texto suplementar, a publicação trata sobre a evolução, a natureza humana e o homem como “mordomo” que cuida dos recursos naturais. Lançada nos Estados Unidos, a série contempla ainda História, Literatura e Sociologia. Mais informações?http://universitypress.andrews.edu
No mundo, existem 90 mil professores e mais de 1,1 milhão de alunos em escolas, colégios e universidades adventistas globais.  


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